quarta-feira, 8 de maio de 2013

E vem chegando o dia das mães... que meu filhote aproveite bem esse fim de semana, ao lado de sua mamãe, e que minha filhota aproveite ainda mais cada segundo que passa ao lado da sua, também. Que os dois curtam bastante essa data, criada pra homenagear alguém de suma importância em nossas vidas: Nossas mães!

Hoje eu já não tenho essa mesma sorte. Há 25 anos que o dia das mães já não faz sentido em ser comemorado por mim. Muito pelo contrário. A minha mãe faleceu exatamente no dia das mães, às 12:30 hrs de um Domingo ensolarado e festivo. É uma lembrança que ainda permanece viva em minha mente... Hospital da Beneficencia Portuguesa, Rua santo Amaro nº 80, Rio de Janeiro... a primeira informação, no Domingo de manhã, passada pelo pessoal do plantão da madrugada, era de que minha mãe registrava uma queda visível de atividade respiratória. O médico dizia improvável que ela resistisse ao Domingo. Mamãe poderia morrer a qualquer momento. A família foi chegando, foi juntando e ficando por ali. por volta de meio dia o quadro se agravou. Alguns primos estavam no pátio do Hospital e eu aproveitei pra descer e rever os que moravam em Niterói e não via muito por causa da distância. Mesmo não estando no quarto, percebia no semblante das minhas tias que, a cada momento, mamãe caminhava cada vez mais pra o destino final. Lembro que subi até o quarto sem que percebessem a minha presença e escutei uma conversa entre duas tias, irmãs de minha mãe: "Não podemos ficar nisso. É preciso dizer que o quadro é irreversível. Temos que preparar as crianças(eu e minha irmã), vai acontecer a qualquer momento". Eu não entrei no quarto... desci e continuei com meus primos no jardim do Hospital. Naquele mundo sem esperança, eu ainda acreditava. Nos reunimos no jardim, os parentes e amigos mais próximos de minha mãe. Foi um momento bonito. De mútuos consolos. Estava todo mundo quase chorando e eu fiz um testemunho, de como a gente tinha aprendido, em todos aqueles mêses que antecederam aquele momento, a admirar a garra de cada um e a luta da minha mãe contra o famigerado câncer. Foi quando uma tia vem ao meu encontro, pega em meu ombro, me leva pra um outro canto do jardim e me fala: "Filho, terminou!".  Subi as escadas correndo o mais rápido possível. Não acreditava no que havia me dito a minha tia. "Não é possível! Hoje é dia das mães!!" murmurava em meus pensamentos. Foi quando entrei no quarto, enquanto um Padre conversava com minha irmã no corredor. Ao lado do corpo da minha mãe, na cama, a rosa que eu tinha levado pra ela. Sempre dava uma rosa no dia das mães. Ela dorava. Mas essa rosa acompanhava algo diferente. Tinha feito uma cartinha dizendo o quanto a amava e dos muitos "dia das mães" que ainda passaríamos juntos. Mas ela não leu minha cartinha... não deu tempo...

Espero que todos vocês, que ainda podem passar o dia das mães com suas mães, que o façam com muito amor e carinho. Dêem atenção total pra elas. Um dia, quando vocês a procurararem pra dizer o quanto ela é importante... pode não dar tempo!

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